sexta-feira, 16 de maio de 2008

Som da meia-noite


Folhas farfalhando, inquietude nos telhados, apitos a esmo na rua deserta. Silêncio, silêncio da meia-noite...

Silêncio, silêncio, rompido, abruptamente rompido, não o silêncio das folhas, nem dos apitos , pouco menos do telhado, silêncio rompido, o silêncio do cômodo , o silêncio de um cômodo...

Cômodo com silêncio ausente, cômodo inundado por uma luz interna, entremeada, refletida em camadas densas de imagens complexas, envolto e protegido por um silêncio ausente, presente por vidas contidas uma na outra.

Silêncio rompido pela relutância transformada deliberadamente em desejo, desejo num breve instante inundando a alma, quebrando o silêncio como um mergulho límpido e delicioso.

Silêncio singular, num cômodo sem silêncio, silêncio entorpecido, ínfimo, tênue, envolto a devaneios alheios, absorto no próprio silêncio.

Silêncio após silêncio, vívido e carregado de afetos, embora, por um breve instante houvesse enchido o cômodo de sensações fugazes, agora deixara sensação de silêncio, silêncio indecifrável, intrépido, silêncio da meia-noite, som da meia-noite.

Um comentário:

Unknown disse...

Silêncio.......
Duas pessoas, em silêncio.....o amor
silenciou...o coração, não...
O amor silenciou, mass continua sôfrego, pois o cérebro comanda...
Sei que está comigo sempre...eu sinto
e você, também sente....que estou sempre contigo....
O amor silenciou??........Não!!!
Amamos em silencio...sei disso....
Sabemos disso.